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COLECÇÃO
CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA
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Colecção
“Ciência e Consciência”,
da
Ésquilo Editora.
Coordenação
científica do CTEC
Um
nova colecção e uma colecção que se pretende nova. Capaz
de acompanhar os desafios dos saberes complexos. A ilusão do
linear vai-se esvaindo nas névoas do sonho positivista
comtiano, conquanto resistam
alguns dos seus fantasmas.
Complexidade
ou simplicidade? Que formato para a essência do mundo?
Falamos do kosmos,
bem entendido, no sentido naturalista dos antigos gregos,
fisicamente ordenado, não do “mundo”, social e
culturalmente organizado em torno de referências religiosas e
morais. Falamos da riqueza, ainda por apreender, do unum
in diversis – o universo -
ao qual todas as coisas estão inapelavelmente
sujeitas, em qualquer tempo e espaço.
Falamos desse universo, em que todas as coisas estão separadas no e pelo
espaço, mas no qual, ao mesmo tempo, não há separação.
Falamos da consciência que temos desse universo, abismados perante o Todo,
mas determinantes e necessários para a sua infinitude ao
questioná-lo como tal. E
das dimensões dessa consciência que irrompem, súbitas, na
experiência humana desse espanto.
Desse cosmos que nos absorve, emerge, ao que tudo indica, uma noção de
complexidade onde parecem dissolver-se a ordem e a desordem.
Dissolver-se ou completar-se?
Ciência e Consciência é, pois, a continuação de uma viagem em busca
da ordem invisível, dos principia
que regem o cosmos. Caminho percorrido por
Pitágoras, Descartes, Newton, Einstein e a física quântica,
estranhamente coexistentes, para ser revelada por Alain Aspect
ao testar o parodoxo EPR e o estranho “enamoramento” das
partículas que, tendo interagido num dado momento, não mais
se esquecem. Estejam onde estiverem...
Gaston Bachelard dizia: “Só há ciência do oculto”. Desta
desalentadora proposição,
deduz Edgar Morin, que ”ao procurar o invisível,
encontramos, por detrás do mundo das aparências e dos fenómenos,
o “arrière-monde” das leis que, em conjunto, constituem a
ordem do mundo”. Chegaremos a instituir essa fonte numinosa,
além do mundo das aparências, das ilusões, dos epifenómenos?
Ou como escreveu Shakespeare, haverá “mais coisas no céu e
na terra que em toda a vossa filosofia”?
Uma colecção que não promete respostas, mas tão só fazer perguntas. E
ao fazê-lo, questionando, estará a cumprir um desígnio
essencial: fazer Ciência
com Consciência.
Obras publicadas na colecção:
1.
Lothar
Schäfer,
Em
Busca
da
Realidade
Divina
-
A Ciência como
fonte
de
inspiração.
2.
Joaquim
Fernandes, Fernando Fernandes e Raul Berenguel
(Orgs.),
Fátima
e
a
Ciência
-
Investigação
multidisciplinar
das
experiências
religiosas.
3.
Immanuel
Kant,
Teoria
do
Céu.
4.
Gary
Doore (Org.), Vida
Depois
da
Morte
-
A
Ciência
na
fronteira
do
mistério.
Apresentação da obra “Fátima e a Ciência – investigação
multidisciplinar das experiências religiosas”,
Lisboa, Ésquilo Editora, 2003, 220 páginas.
Consabida e aceite a particular devoção do culto
mariano na sociedade portuguesa, resultante da longa sedimentação
de elementos civilizacionais remotos, de natureza matriarcal,
foi-se arreigando a convicção de que os fenómenos e experiências
para-religiosas, enxertados nessa tradição cultural popular,
seriam totalmente alheios de qualquer tipo de interpelação
científica, sobretudo por parte das disciplinas mais físicas,
entre as quais a Psicofisiologia, a Medicina, a Psicologia Clínica
e anexas. Aliás, foi precisamente este o caminho metodológico
seguido pela intervenção científica no caso das “aparições
marianas” de Medjugorge, na ex-Jugoslávia.
Ou seja, ter-se-á destilado a ideia, ainda maioritária na opinião pública
nacional, de que as experiências religiosas referentes às
consagradas “aparições marianas” estariam perfeitamente
delimitadas ao foro confessional e à crença emocional, no
pressuposto de que seriam exclusivas e indignas de observação
e reflexão racionais. É curioso que essa ideia de
“impossibilidade” ou interdição de um questionamento por
parte das Ciências partia mais de vozes desafectas, não-crentes,
na leitura mariana dos fenómenos, do que propriamente por
parte de posturas católicas, de quem recebemos, aliás,
honrosos e autorizados estímulos para seguir com esta reflexão...
Substimou-se uma lei que, felizmente, tem dado frutos no decurso dos milénios
de existência do Homo Sapiens: o progresso das Ciências, de
que a respectiva história
é testemunha.
Assim, estamos hoje em condições de propor uma primeira súmula de
perspectivas que vão além do escopo tradicional das ciências
humanas e sociais, ou seja, às abordagens da Antropologia Física,
Religiosa, Cultural e da Sociologia, cujo estatuto
interventivo tem sido “tolerado” nas tímidas incursões a
esse rico espólio das Experiências Humanas Extraordinárias,
como são as do foro religioso-popular, entre as quais se
contam os episódios clássicos de Fátima, em 1917. E sabemos
quão tímidas e limitadas têm sido as investigações
levadas a cabo pelos institutos católicos, a quem caberia boa
parte das responsabilidades nesta
matéria. Uma ou outra tentativa de análise detalhada,
acaba por conflituar com o compromisso de fundo de cariz
religioso e fideísta: a interpretação católica oficial dos
eventos da Cova da Iria. Daí, as dificuldades em isolar todo
o vasto acervo documental relativo às “aparições
marianas” de Fátima, sujeitando-o ao estudo e à minúcia
dos olhares actuais, aproveitando todos os “sinais” e
pistas que essas exepriências-limite possam sugerir para
melhor conhecermos as nossas debilidades e também, com é
obvio, as nossas capacidades ignotas.
O que resulta desta antologia é um primeiro esboço de propostas e pistas
de investigação multidisciplinar, decorrentes do Projecto
MARIAN (Multicultural Apparitions Research International
Academic Network), coordenado pelo CTEC, na Universidade
Fernando Pessoa, no Porto. Projecto internacional que,
naturalmente, prossegue até à obtenção de mais e,
acreditamos, cada vez melhores resultados passíveis de
aperfeiçoar o caminho para o inefável. Apesar de todos os
escolhos, movidos pelas intolerâncias de todos os matizes,
estamos certos de que esta antologia ajudará a introduzir um
terceiro eixo de problematização – que pretendemos
inovador, enriquecedor e não-dogmático - em torno das
manifestações aparicionais e visionárias, em geral.
Os autores, investigadores de crédito, convidados a partilhar as suas teses
e hipóteses sobre estas questões, fizeram-no de um modo
espontâneo, exploratório, com o objectivo de aprender uns
com os outros. Oxalá que o leitor faça parte dessa partilha.
Os Organizadores,
Fernando Fernandes
Joaquim Fernandes
Raul Berenguel
Autores
representados
na
antologia “Fátima e a Ciência”
Joaquim
Fernandes, docente na
Universidade Fernando Pessoa, membro do
Centro Trandisciplinar de Estudos da Consciência.
Mestre em História Moderna e Doutor em História na temática do “Imaginário Extraterrestre
em Portugal”. É co-editor da revista Cons-Ciências, publicada pelo CTEC. Interessa-se pela fenomenologia
comparada e a antropologia de um vasto leque de experiências
visionárias, laicas e religiosas, com destaque para aparições
marianas de Fátima sobre as quais escreveu três obras em
co-autoria com Fina d’Armada.
Saskia
Bosman, investigador da Foundation of Environmental
Consciousness, em Gravelnd. Holanda e do International
Institute of Inclusive Science, além de responsável pela
SOTHIS Research. Doutorado em Biologia conta com o apoio da
Academia Holandesa das Ciências, em Amesterdão, para
aprofundar o estudo da glândula pineal em termos de estímulo-resposta
nos seres humanos. O seu projecto prevê também a medição
de dados fisiológicos no decurso de estados alterados de
consciência, como por exemplo, a meditação.
Janet
Elizabeth Colli,
psicoterapeuta especializada em várias stuações de Stress Pós-Traumático,
tem participado em diversas comissões de avaliação
universitária em Psicologia, nos EUA. Doutorada em Psicologia
Clínica é autora de artigos especializados na área das
experiências de quase-morte. Tem investigado a comunicação
inter-espécies e terapias assistidas com animais, em especial
para crianças pacientes de cancro. O seu trabalho prolonga-se
nas áreas das experiência e espiritualidade transpessoais.
Michael
Persinger,
investigador responsável pela programa de Behavioral
Neuroscience, na Universidade Laurentian, em Ontario, Canadá.
Doutorado em Psicologia Fisiológia, especializou-se em
Neuropsicologia Clínica por forma a integrar as várias
disciplinas nas abordagens laboratoriais. É considerado um
pioneiro e autoridade no estudo dos efeitos de campos
electromagnéticos (ELF e VLF) nos comportamentos dos indivíduos,
associados às crenças religiosas, onde se inclui a relação
ambiente-organismo humano. É autor de mais de 200 artigos
científicos e seis livros na sua especialidade.
Gilda
Moura, psicoterapeuta especializada em hipnose e regressão de
vivências passadas, dedica-se ao tratamento de situações
traumáticas e experiências extraodinárias. Graduada em
Psicologia pela Universidade Gama Filho, fundou o Centro de
Estudos de Estados Alterados de Consciência, no Rio de
Janeiro. Nos EUA trabalhou como consultora da Kairos
Foundation, de Chicago e co-dirigiu um projecto sobre os
EAC’s e a “cartografia” cerebral dos centros afectados,
em quatro grupos distintos de sujeitos: contactados-abduzidos,
cirurgiões paranormais, médiuns e membros da Igreja do Santo
Daime.
Jacques
Vallée, astrofísico
e especialista em sistemas de informação, dirigiu o projecto
Arpanet, que antecedeu a actual Internet, para o Departamento
de Defesa americano. Foi consultor de agências governamentais
nos EUA, como a National Science Foundation e a NASA, onde
desenvolveu o primeiro mapa de Marte, bem como em França, nas
áreas da alta tecnologia, participando como consultor em várias
empresas e universidades, como Stanford. Doutorado em Ciências
da Computação, escreve sobre fronteiras da ciência, tendo
sido galardoado com o Prémio Júlio Verne de ficção científica.
Mário
Simões, psiquiatra e docente na Faculdade de Medicina da
Universidade de Lisboa, investiga os estados modificados de
consciência e a psicologia transpessoal, sendo dirigente da
ALUBRAT. Licenciado em Antropologia e Etonogia, pela
Universidade Técnica de Lisboa é Mestre em Psiquiatria e
Doutorado em Medicina (Psiquiatria), tendo feito a sua formação
em clínicas universitárias de Zurique, Viena e Madrid e no
Instituto de Freiburg. Tem participado na organização dos
Simpósios “Aquém e Além do Cérebo”, promovidos pela
Fundação Bial.
Eric
Davis, investigador do Warp Drive Metrics, em las Vegas,
Nevada, director de investigação no National Institute for
Discovery Science, desenvolve trabalhos teóricos em Física
avançada e em novos meios de propulsão para eventual aplicação
na navegação interestelar. Doutorado em Física, tem
participado em diversos programas de observação astronómica
e de projectos
espaciais da Universidade de Tucson, relativos ao estudo da
mangnetiesfera de Júpiter e de investigação de Urano e
Neptuno. É consultor da NASA e da USAF, entre outras agências
da indústria aeroespacial.
Ryan
J. Cook, investigador do Departamento de Antropologia da
Universidade de Chicago, USA. Mestre em Antropologia na área
do xamanismo, doutorando na mesma área, tem estudado os
aspectos cultuais das novas “religiões seculares”. Tem
publicado trabalhos am Antropologia da Religião e de
Sociologia envolvendo a investigação etnográfica das
realidades culturais americanas e latino-americana.
Interessa-se pelas implicações humanas da Ciência, da
convergência entre a Tecnologia e a Espiritualidade nas novas
religiões, bem como pelos novos movimentos religiosos, cultos
extraterrestres e os media.
Andrzej
Brodziak, médico e
docente de Medicina Interna, na Universidade da Silésia, Polónia,
dirige o Departamento de Doenças Internas daquele
estabelecimento. Doutorado em Medicina, trabalhou em Paris na
Clínica de Doenças Mentais e do Encéfalo e no Departamento
de Psicologia da Universidade de Stanford, USA. Tem
participado em projectos europeus
de estudo dos comportamentos ligados à saúde.
Interessa-se pelas ciências cognitivas, psicoterapia,
medicina comportamental e psicossomática, além das ciências
computacionais, redes neuronais e inteligência artificial.
Frank
McGillion,
investigador da obra de Freud e Jung, participa de inúmeras
sociedades científicas e literárias no Reino Unido.
Doutorado em Medicina, na especialidade de Neurofisiologia e
Psicofisiologia, pela Universidade de Glasgow, pós-doutorado
em Oxford, investigador da historia da medicina e dos sistemas
de crenças tradicionais. Os seus interesses ecléticos
levam-no a explorar a Psicologia, a Filosofia e o Esoterismo.
Mais recentemente, analisou em livro o conhecimento actual da
glândula pineal e a sua influência no modo de processamento
dos sistemas de crenças.
Stanley
Krippner, psicólogo
de renome internacional, dedicado aos estudos da consciência
e dos seus estados alterados. Doutorado em Psicologia
Educativa, na Northwestern University, USA, dirigiu o
Maimonides Medical Center, em Nova Iorque e orienta a
investigação no Saybrook Graduated School, em São
Francisco. É membro de diversas associações internacionais
de Psicologia, Parapsicologia, de estudos do sono, da dissociação
e da hipnose clínica. Publicou cerca de 500 artigos e é
responsável pelo desenvolvimento da investigação académica
e da formação nas áreas da consciência.
Auguste
Meessen, professor emérito
e investigador da Universidade de Louvaina, Bélgica.
Doutorado em Ciência, lecciona Física Teórica, Mecânica Quântica
e Física Matemática, entre outras disciplinas, tendo
conduzido investigação fundamental e teórica em Física
Nuclear e Física do Estado Sólido. É investigador associado
do Massachusetts Institute of Technology , USA e autor de duas
importantes obras científicas: “Optical Properties of Thin
Metal Films” e “Spacetime Quantization, Elementary
Particles and Cosmology”, nas prestigadas revistas Progress in Optics and Foundations
of Physics.
Vitor
Rodrigues, liicenciado
em Psicologia, área Clínica, pela Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação da Universidade de Lisboa em 1984;
Doutor em Psicologia, área Educacional, pela mesma Faculdade
em 2002. Actualmente é professor adjunto na Escola Superior
de Enfermagem de Évora. Foi assistente na Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa
entre 1988 e 2001. É delegado da European Association for
Psychotherapy, presidente da Associação Luso-Brasileira de
Transpessoal e vogal na Direcção da European Transpersonal
Association.
Raul Berenguel, MSc, Informático, é
investigador associado do CTEC da Universidade Fernando
Pessoa, tendo iniciado as suas pesquisas em 1971.
Pertenceu ao CEAFI (Centro de Estudos Astronómicos e
Fenómenos Insólitos) e à CNIFO (Comissão Nacional de
Investigação do Fenómeno Ovni). Foi fundador da SPEC
(Sociedade Portuguesa de Exploração Científica). É autor
de publicações sobre diversas “áreas de fronteira”. Foi
professor de Informática no Ensino Secundário, formador e
bolseiro de investigação no Ensino Superior.
Fernando
Fernandes, docente
no Instituto Superior de Engenharia do Porto, é Doutorado em
Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto. Foi membro fundador da
Sociedade Portuguesa de Exploração Científica É
investigador-associado do Centro Transdisciplinar de Estudos
da Consciência – Universidade Fernando Pessoa e membro do Colectivo
CDU da Fundación Anomalía, Espanha. Entre as áreas de
interesse destacam-se a Parapsicologia/Experiências e crenças
paranormais e os estudos sobre a Consciência e os seus
estados modificados
http://www.esquilo.com/esquilo.html
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