é o produto de um laborioso e
cuidadoso trabalho desenvolvido ao longo de 27 anos
(1973-2000)
por três grupos portugueses de investigação ufológica:
CEAFI
1973-1982
Centro de Estudos Astronómicos e de Fenómenos Insólitos
CNIFO
1982-1993
(Comissão Nacional de Investigação do Fenómeno Ovni)
SPEC
1997- 2001
(Sociedade Portuguesa de Exploração Científica)
Ainda que não específica e
exclusivamente devotado ao estudo
fenomenologia
OVNI, o CTEC acabou por receber o espólio
reunido pelos citados grupos portugueses até finais
da década de 90.
Sendo os objectivos do CTEC a análise e a compreensão dos fenómenos da
consciência, entendeu-se por legítimo incorporar a investigação das
anomalias aéreas no conjunto de tópicos
e objectivos científicos deste centro de estudos.
Refira-se que o CTEC representa a primeira iniciativa
de âmbito universitário de integrar os fenómenos aéreos anómalos numa
perspectiva multidisciplinar
1.1 FONTE DOS DADOS “Ficheiro de
Casos” sequencialmente elaborado
pelos citados grupos de investigação
Sempre
que chegava ao conhecimento dos investigadores
a ocorrência de uma observação aérea invulgar, as
eventuais
testemunhas eram contactadas tendo em vista a
elaboração,
geralmente no terreno, da denominada “Ficha do Caso”
Desta forma,
foi possível reunir centenas de fichas (e elaborar dossiers complementares) num acervo que constitui um valioso
e até único
“Corpus Documental”, a partir
do qual se desenvolveu o presente projecto .
1.2 CASOS REGISTADOS NO CONTINENTE
Para a elaboração do presente
projecto o CTEC considerou,
somente, os casos
registados no Continente
Português
entre 1908 e 2000 :
Casos locais ……………………………………….. 618
(a)
Casos de âmbito nacional ………………………
11 (b)
Totalidade dos casos registados ………………
629
(a) Registo
de casos que ocorreram num local geograficamente bem
definido
(b)
Registo de manifestações tipo “Ovni” que
se caracterizaram por um apreciável grau de simultaneidade
em vários locais do Continente e até para além das suas
fronteiras
1.2.1 CASOS - TIPO (Continente)
1.2.1.1 - OTA - 2 de
Novembro de 1982 (10:50h)
O tenente-piloto aviador Guerra, da
Base
da Ota, que se encontrava a efectuar um voo, observou, a uma altitude de
cerca de 1500 metros, um objecto brilhante, que se deslocava de Norte
para Sul, a cerca de 100 metros
do solo. Ficando mais próximo do objecto
o tenente pôde constatar que o mesmo parecia uma enorme “bolha de
mercúrio”. Os alferes Garcês e Gomes que seguiam noutra aeronave puderam
corroborar esta descrição.
1.2.1.2
ALFENA
Alfena, Valongo, 10 de Setembro de
1990
(08:30h)
Céu limpo, 9 horas da manhã, pouco vento
e temperatura amena. Um grupo de crianças alerta para
um “balão” que se desloca no céu. A notícia espalha-se rapidamente.
Segundo uma testemunha o objecto
assemelhava-se a uma “tartaruga com pernas”.
Um morador no local fez uma preciosa sequência
de 4 fotos do objecto.
As fotos de Alfena foram pela primeira vez,
no nosso país, objecto de uma cuidada análise computorizada. Esses
testemunhos fotográficos foram igualmente analisados cientificamente na
França, Alemanha
e Estados Unidos.
Apesar disso não foi possível, até agora, identificar o referido
objecto.
O caso de Alfena
é, até agora, o melhor documentado e estudado em Portugal
SEQUÊNCIA FOTOGRÁFICA
DO CASO DE ALFENA
(Fotos tiradas por um morador)
Detalhe da luz esquerda
Detalhe do Encaixe do
“apêndice”
direito
Pormenor da calote superior
Ampliação da Foto1
1.3
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MAPAS
(
Casos
locais e nacionais)
Os citados grupos de investigação reuniram uma valiosa
informação sobre casos ocorridos entre 1908 e 1974 (ocorridos antes do
início da sua actividade).
No entanto, foi entre 1975 e 2000 que, verdadeiramente, desenvolveram o
seu trabalho de campo recolhendo “directamente” centenas de testemunhos.
Por esse motivo, entendeu-se como correcto dividir esta distribuição
geográfica em dois períodos distintos:
1º Período de 1908 a 1974
2º Período de 1975 a 2000
1.3.1.4
Relatos Locais
Percentagem por Distrito
1908 – 2000
1.3.2
RELATOS NACIONAIS (ou de amplitude nacional)
mapa
representativo
Relatos Nacionais
(Ou de amplitude nacional)
Mapa representativo
1.4
QUADRO E GRÁFICO
1.4.1 QUADRO DOS
CENSOS
(ou de amplitude nacional)
Para encontrarmos um índice representativo
do nº de casos por milhão de habitantes que nos permitisse a
representação gráfica dos seus valores por distrito baseámo-nos nos
censos fornecidos pelo:
INE – Instituto Nacional de
Estatística
relativos a:
- 1960
(como base para a análise aos casos regista-dos entre 1908 e 1974)
- 1991
(como base para a análise aos casos regista-dos entre 1975 e 2000)
POPULAÇÃO POR DISTRITO - CENSOS
DE 1960 e 1991
DISTRITOS
censo de 1960
censo de 1991
VIANA
277.748
250.059
VILA REAL
325.358
236.294
BRAGANÇA
233.441
157.809
BRAGA
596.768
754593
PORTO
1.193.368
1.635.100
AVEIRO
524.592
654.265
VISEU
482.416
401.871
GUARDA
282.606
188.165
COIMBRA
433.656
427.839
CASTELO BRANCO
316.536
214.853
LEIRIA
404.500
426.152
SANTAREM
461.707
444.880
PORTALEGRE
188.482
134.169
LISBOA
1.382.959
2.052.787
SETÚBAL
377.186
712.594
ÉVORA
219.916
173.654
BEJA
276.895
169.438
FARO
314.841
341.404
TOTAIS
8.292.975
9.375.926
1.4.1.2 GRÁFICO
Nº DE ÍNDICES POR DISTRITO
Nº de casos e índices por distritos
1º Período - 1908 a 1974 (censo de 1960)
2º Período – 1975 a 2000 (censo de 1991)
2 -
RESULTADOS "EFEITOS"
Base de Dados compilada pelo
“CTEC” a partir
do “FICHEIRO BASE”
Tendo em vista o desenvolvimento do presente PROJECTO
o CTEC fez uma selecção criteriosa das centenas de testemunhos que
integram o “Ficheiro Base”. Dessa selecção resultou a Base de Dados
denominada
“ Ficheiro de EFEITOS”
A totalidade de relatos que
integra esta base de
dados é de 319 Foram incluídos nesta selecção
23 registos, que ocorreram antes de 1975(de 1922 a 1974 ), já que se trata de casos que foi
possível estudar a partir de contactos directos com as
testemunhas que protagonizaram essas
experiências.
2.1 ANÁLISE DA ICONOGRAFIA
OVNI / ET
2.1.1 FICHA DE
REINTERPRETAÇÃO
A citada selecção de testemunhos teve como suporte uma
ficha, criada especificamente para o registo das
características dos “efeitos” de vária ordem produzidos nas
testemunhas,face à
experiênciavivida
2.2
CRITÉRIOS DE SELECÇÃO
Presidiram à selecção dos testemunhos que integram a base de
dados“Ficheiro de
Efeitos” os efeitos psicológicos e físicos a nível
das testemunhas - chave,ocorridos quer no momento da
“experiência” quer a posteriori.
Para essa selecção contou também a qualidade (e, sobretudo,
espontaneidade) de alguns registos elaborados pelos mesmos
protagonistas, designadamente desenhos, esboços, colagens, etc.
2.3
CLASSIFICAÇÃO
1
-Físicos
2-Afectivos
3-A posteriori
4-Cognitivos
1 - Efeitos Físicos Suores, perturbações da visão, etc.
2 - Efeitos Afectivos Medo, terror, alegria, etc. 3 -Efeitos a
posteriori Sonhos, pesadelos, etc. 4 -Efeitos
Cognitivos Impressões sobre as características do
fenómeno
Associação de Efeitos Em muitos casos referenciou-se a conjugação de diferentes
“efeitos” nas testemunhas.
Para a classificação
desses casos adoptou-se as possíveis
variáveis de associação dos códigos correspondentes aos vários efeitos em
presença, ou seja: 1
+2 Para os
casos onde se verificaram efeitos do tipo 1 e 2
2
+
3
+
4 Para os casos onde se verificaram efeitos do tipo 2, 3 e
4 ETC.
2.4.1
Distribuição
Geográfica dos “EFEITOS”
por Distrito (1922 - 2000)
2.4.2
Distribuição Geográfica dos “EFEITOS”
percentagem por Distrito (1922 - 2000)
2.5
"EFEITOS" (1922 - 2000)
TABELAS E GRÁFICOS
2.6
DISTRIBUIÇÃO URBANA E RURAL DOS RELATOS COM
"EFEITOS" -
( Gráfico)
2.7
DISTRIBUIÇÃO POR IDADE E SEXO DAS
"testemunhas - chave"
(Gráficos)
Amostragem geral dos “testemunhos-chave”
Distribuição Geral :
Idade / Sexo
2.8 ASPECTOS
PARTICULARES
2.8.1 EFEITOS
COGNITIVOS
Nos
319 relatoscom
registo de “efeitos”Foram referenciados :
176
-“efeitos
cognitivos"
- 55%
58 -
associações a “Extraterrestres / Ovnis”
- 18%
Alteração de crenças
7
-
“passei a acreditar, fiquei
convencido”
- 2,2%
2.8.2 Tipificação dos principais
estereótipos revelado pela amostra
2.8.3
EFEITOS
AFECTIVOS
Nos 319 relatos com registo de
“efeitos” foram referenciados
:
174 -
“efeitos afectivos” -
54%
3
ANÁLISE DE RESULTADOS
3.1
EVOLUÇÃO SEMÂNTICA DOS
FENÓMENOS AÉREOS NÃO IDENTIFICADOS
DÉCADA DE 1940
Disco, foguetão
DÉCADA DE 1950 Disco voador (especialmente diurno
ØDÉCADA DE
1970
- Até 1974: Disco
Voador, objecto voador -
A partir de 1975: OVNI
(*)
(*)
“Objecto Voador Não Identificado”.
Este acrónimo mantém-se na actualidade. A
partir desta época, os fenómenos apre-sentam
um componente nocturna dominante.
3.2 EVOLUÇÃO DO TEMA
"MARTE" NA IMPRENSA PORTUGUESA
Este ciclo
corresponde às notícias sobre o Planeta Marte desde 1877 até
1939 Destaca-se o aumento gradual do interesse da
imprensa pelo Planeta Vermelho nas regulares aproximações à
Terra .
Saliente-se ainda o facto das informações relativas
a 1909 terem associado novas notícias sobre Marte à
aproximação do cometa Halley, em 1910
3.3 EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA
DO "ET" AO LONGO DO SÉC. XX
Até
à década de 1940:
- Vulto, “fantasma” (sem associação a
objectos)
vDécada
de 1950:
- Tripulante com capacete (Até meados da
década, normalmente associado ao hipotético veículo de
transporte - “disco voador”
- Marciano(*)(**)Na segunda metade da década
•(*) – A
utilização do termo marciano,
deve-se essencialmente a duas situações: por um lado, a sua
grande proliferação na imprensa francesa (na vaga de observações
de 1954), reflectido na imprensa portuguesa, da mesma época, e
por outro, aos efeitos do programa radiofónico “A Guerra dos
Mundos”, difundido por Matos Maia, em 1958. •(**)
– É de
realçar o facto dos relatos das testemunhas da nossa amostragem
(observações “reais”), não terem aparentemente reflectido a
grande difusão do termo marciano utilizadopela imprensa portuguesa.
Década
de 1960: - Seres com escafandros; seres com fatos e
viseira (normalmente associado ao hipotético veículo de
transporte - “disco voador”; “objecto voador”)
vDécada de 1970: - Até 1974:
Vultos com escafandro, fato de chumbo (associados a hipotéticos veículos –
tipo “disco voador”)
- A partir de 1975,
inclusive: Vulto humanóide, HUMANÓIDE
vDécada de 1980:
- HUMANÓIDE
vDécada de 1990 - Primeiros relatos de alegadas
experiênciasde abducção
(“sequestro por entidades ET”), popularmente designados por “Greys”
3.4REPRESENTAÇÕES
GRÁFICAS Sequência animada
Pelo seu valor
intrínseco, como documento genuíno da interacção dessas “manifestações”
com o psiquismo, mereceram especial atenção os desenhos feitos por
crianças e jovens de idade inferior a 15 anos Sequência animada
4 CONCLUSÃO
DO PROJECTO
Desenvolvimento, em curso, de um conjunto de
trabalhos teóricos - cerca de uma dezena de leituras
disciplinares - a publicar numa futura antologia.